terça-feira, 27 de setembro de 2011

5 canções com letras políticas

Além de ser fonte de entretenimento e diversão, a música é um eficiente instrumento de comunicação. Tamanho é seu simbolismo e força que todas as nações do mundo possuem uma canção que representa o país em diversos encontros cívicos e internacionais. Até times de futebol possuem hinos, que são entoados por suas torcidas nos principais momentos da equipe no jogo. Por todos esses predicados, muitas bandas e intérpretes utilizam da música para conduzir verdadeiros gritos de protestos, incitar atitudes ou demonstrar revolta. Pode também explicar alguma coisa complexa ou instigarem reação sobre algo que não anda bem. LISTA DO CINCO cai no mundo da música e lembra algumas famosas canções com teor político.
05. U2 – “Sunday Bloody Sunday”
Um dos principais hits da banda irlandesa U2, a letra fala sobre um dos incidentes mais marcantes na história da Irlanda do Norte: o famoso “Domingo Sangrento” (“Bloody Sunday”, em inglês). O episódio aconteceu no dia 30 de janeiro de 1972, quando civis faziam uma manifestação pacífica a favor dos direitos civis nas ruas de Derry, uma cidade norte-irlandesa. Os manifestantes foram alvejados por pára-quedistas do exército britânico, que causou a morte de 14 civis e feriou outros 26. Das vítimas fatais, todas estavam desarmadas, 6 eram menores de idade e 5 foram atacadas pelas costas. A música foi lançada pelo U2 em 1983 e obteve a posição 268ª no ranking da revista “Rolling Stone” na lista das “500 melhores canções de todos os tempos”. Junto com “New year’s Day”, ambas as canções são consideradas as letras mais politizadas da banda irlandesa.


04. Titãs – “Disneylândia”
Em 1993, quando a banda Titãs gravou o disco “Titanomaquia”, o muro de Berlim havia caído há apenas 4 anos e a União Soviética ruira  recentemente. Era a vitória do capitalismo e a consolidação de um fenômeno econômico-social: a globalização. O disco dos Titãs foi produzido nos EUA pelo mesmo responsável por gravações do Nirvana, o que também não deixava de espelhar esse acontecimento que moldou o século XXI. “Disneylândia” é uma verdadeira aula sobre o assunto, onde se pode notar o efeito da globalização no planeta. Sem dúvida, a letra estava um pouco a frente do seu tempo. Só para constar: por 57 vezes, a letra da musica fala nome de povos, países, cidades ou bairros.

03.We are the World
Em 1985, 45 artistas estadunidenses formaram um grupo chamado “USA for Africa”, que tinham como objetivo arrecadar fundos para combater a fome no continente africano. Assim, foi lançada a canção “We are the World” (“Nós somos o mundo”, em inglês), composta por Michael Jackson e Lionel Ritchie, e foi comerciada naquele tempo ainda em LP’s. A gravação vendeu mais de 7 milhões de cópias só entre os estadunidenses – ainda é um recorde de vendas - e angariou cerca de 55 milhões de dólares. A maioria desse dinheiro foi enviado principalmente para a Etiópia. Muitos críticos alegam que a arrecadação foi entregue a governos dos países atingidos pela fome, a maioria militares, que simplesmente sumiram com o dinheiro. Além de Jackson e Ritchie, participaram também Stevie Wonder, Paul Simon, Tina Turner, Billy Joel, Al Jarreau, Cindy Lauper, Bob Dylan, Ray Charles, dentre muitos outros.

02. Zombie
Compatriota do U2, os irlandeses do “The Cranberries“ ficaram famosos mundialmente graças a uma música que fala sobre guerra. “Zombie” foi lançada em 1994 e composta pela vocalista do grupo, Dolores O’Riordan. Com batidas lentas, riffs de guitarra pesados e um forte e melódico vocal feminino, a letra da música é um verdadeiro lamento sobre os conflitos entre protestantes e católicos na Irlanda do Norte. O single com a música ganhou vários prêmios ao redor do planeta. Dentre eles, levou um Disco de Platina Quádruplo na Austrália (em 1994, com 280 mil cópias vendidas), foi Disco de Ouro na Áustria (em 1995, com 15 mil cópias vendidas) e faturou um Disco de Platina na Alemanha (em 1995, quando vendeu 300 mil cópias).

01.          Pra não dizer que não falei das flores
Entre 1964 e 1985, o Brasil viveu um dos períodos mais sombrios de sua história: a Ditadura Militar. Em 1967, foi decretado o Ato Institucional n°5 (AI-5), que apertava o controle sobre o povo e instituía a censura. Durante esse período, os compositores tinham que escrever verdadeiras obras de arte, cheias de metáforas, para que os sensores permitissem a gravação da música. Um dos verdadeiros hinos dessa época é “Pra não dizer que não falei das Flores”, composta e interpretada por Geraldo Vandré. Ela ficou em 2° lugar no Festival Internacional da Canção de 1968 (perdeu para “Sabiá”, de Tom Jobim e Chico Buarque). Porém, o regime percebeu que a música incitava um levante popular e proibiu sua execução. “Pra não dizer que não falei das Flores” tem a rítmica de um hino, com frases fáceis e geralmente terminadas em “ão”. Foi regravadas inúmeras vezes, e suas versões mais recentes foram feitas por Zé Ramalho e Charlie Brown Jr.


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