Como dizia o velho guerreiro Chacrinha, “na televisão, nada se cria, tudo se copia”. Poderíamos até prolongar o pensamento do célebre apresentador acrescentando que pode-se copiar de todas as manifestações artísticas e culturais. A música é uma importante aliada na fixação de uma marca na mente do telespectador. O famoso “plim plim” da Rede Globo é um bom exemplo de como nossa mente relaciona um som a um produto. LISTA DOS CINCO mergulha em programas brasileiros de TV que se encontram no ar há tempos e apresenta a origem de famosas e inesquecíveis músicas de abertura.
O tema de abertura do já antigo programa humorístico – inicialmente, foi criado por Manuel de Nóbrega em 1956 e reformulado em 1987, com o nome de “A Praça é Nossa” – é de autoria de Carlos Imperial. O criador do tema foi um artista polivalente - ator, cineasta, apresentador de TV, compositor e produtor musical – e a música “A Praça” foi sucesso na voz do cantor Ronnie Von na década de 60. Imperial faleceu aos 56 anos em 1992, e música da abertura, hoje, apresenta versão mais contemporânea, com sintetizadores modernos.
04. Vídeo Show
O “programa instutucional” da Rede Globo – fala apenas sobre seu elenco e os shows apresentados pela emissora – tem o mesmo tema de abertura desde os anos 80, quando surgiu. Na verdade, a música tema é “Don't Stop 'Til You Get Enough”, um sucesso do Rei do Pop – o falecido Michael Jackson – e foi lançada em 1979. Porém, a versão orquestrada que é tocada na abertura é uma performance do instrumentista canadense Maynard Ferguson. O músico é considerado por muito um dos maiores inovadores do estilo “Big Band”, pois usava solos mais ousados e extensão instrumental extrema. Foi famoso por alcançar notas altas com seu trompete. O músico faleceu em 2006, em Verdun, Canadá, aos 78 anos.
03. Silvio Santos
O famoso tema do “Lá Lá Lá Lá...” do Silvio Santos não foi composto pelo Homem do Baú. Na verdade, a música é uma versão de “Those were the days”, lançada em 1968 pela cantora britânica Mary Hopkin. A composição tem os créditos de Gene Raskin para a versão em inglês; o título e a melodia real são de uma canção russa chamada "Dorogoi dlinnoyu". A letra da música foi gravada em vários idiomas: em espanhol, se tornou "Que tiempo tan feliz"; em francês foi intitulada "Le temps des fleurs"; para o italiano ganhou o título "Quelli erano giorni" e em alemão virou "Am jenem Tag". Mary Hopkin – sua ilustre interprete – nasceu no País de Gales em 1950 e seu último álbum foi gravado em 1995 (apesar de ter lançado um disco ao vivo em 2005, com gravações antigas de 1972).
02. Globo Repórter
Muitas estórias giram em torno da trilha de abertura do programa “Globo Repórter”. A maioria dessas “lendas” diz que a música é de autoria da renomada banda Pink Floyd e trata-se de uma versão não lançada em nenhum disco. Para aqueles que acreditam nisso, lamentamos jogar um verdadeiro balde de água fria, pois na verdade, a música “"Freedom Of Expression” – o nome real da peça – é de creditado ao grupo “J.B. Pickers”. A banda musical não tem nenhuma grande expressão no meio e o nome foi apenas usado na gravação do filme “Corrida contra o Destino” (Vanishing Point, EUA, 1971). É considerado um filme cult, pois foi uma das primeiras produções a considerar um carro (no caso, um Dodge) como elemento principal. Não há mais nenhuma música creditada em nome de J.B. Pickers.
01. Jornal Nacional
O famoso tema de abertura (e encerramento) do Jornal Nacional, tradicional telejornal diário da Rede Globo de Televisão, é uma trilha antiga. A composição é do ator e compositor estadunidense Frank de Vol e o nome real da canção é “The Fuzz”, inicialmente tema de um filme (“The Happening”, EUA, 1967). A música foi usada pela primeira vez em um telejornal em Phoenix, Arizona, EUA, na emissora KOOL-TV (hoje KSAZ-TV). De Vol criou inúmeras trilhas para filmes, como em “Doze Indomáveis Patifes” (The Dirty Dozen, 1967), “Onde fica o Farwest?” (The Frisco Kid, 1979) e “As Bonecas da Califórnia” (... All the Marbles, 1981). Ele faleceu em 1999, aos 88 anos.
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