LISTA DOS CINCO inaugura sua seção de entrevistas e fala com o historiador Fernando Carvalho, que culpa o açúcar como o causador das principais doenças atuais.
“Se tomar injeção, ganha um chocolate, filho”. “Tem brigadeiro e beijinho, coma a vontade”. “É seu aniversário? Vamos cortar o bolo!”. Frases tão corriqueiras no cotidiano, proliferado por gerações, podem certamente trazer conseqüências graves no futuro das pessoas. Doenças crônicas, enfermidades graves, resultado de anos de consumo exacerbado de deliciosas guloseimas que contém um vilão escondido: o açúcar. Para muitos, tais afirmações parecem loucura. Porém, o historiador Fernando Antonio Carneiro de Carvalho, ou simplesmente Fernando Carvalho (na foto), defende a total abolição do uso do açúcar na alimentação, em sua obra “Açúcar: o perigo doce”. Fernando formou-se na Universidade Federal Fluminense (UFF) e também é cartunista amador – teve tiras publicadas no lendário jornal “O Pasquim”, famoso durante a ditadura militar. Após o surgimento de uma doença crônica, Carvalho estudou o assunto e chegou a curiosas e alarmantes conclusões. LISTA DOS CINCO tem o prazer de inaugurar seu quadro de entrevistas e faz cinco perguntas a Fernando Carvalho e suas, no mínimo, polêmicas idéias. Leia e tire suas próprias conclusões.
1ª Pergunta;
Lista dos Cinco – Como surgiu a idéia de escrever esse livro? Quanto tempo demorou para elaborá-lo e ele se embasa em quais autores, cientistas ou teorias?
Fernando Carvalho – A ideia de escrever o livro aconteceu praticamente sem querer. Eu, apesar de ser uma pessoa que procurava ter uma alimentação saudável e um estilo de vida não sedentário, não fumar, praticar exercícios e beber com moderação fiquei diabético aos quarenta e tantos anos. Fiquei muito fulo com isso, me cuidava e não era para ter ficado doente. Ignorava absolutamente o que era o diabete e passei a estudar o assunto para saber o que tinha acontecido comigo. Ao longo de meus estudos fui percebendo que havia uma história mal contada e que dava para escrever um livro para por o assunto em pratos limpos. Depois que uma primeira versão da obra estava pronta comecei a enviá-la por e-mail a quem me solicitasse.
Até que alguém colocou em sites como 4Shared e a partir daí perdi o controle.
O livro me consumiu uns quatro anos de leituras, melhor, de estudos. Até hoje tenho comigo uma pilha de quase um metro de altura de rascunhos e cópias. Quanto aos autores consultados não havia nenhum corte, escreveu sobre açúcar foi lido: médico (patologista, fisiologista, odontólogo (cariologia), nutricionista, naturalista, químico, bioquímico, e até alquimista e boticário.
Se tivesse que apontar duas influências teóricas são com certeza William Dufty e Robert Atkins. Dufty é o autor do clássico “Sugar Blues”. Em meu livro dou uma boa atualizada nessa obra acrescentando temas que não foram contemplados pelo autor. E Atkins foi o médico que mais duro jogou contra o açúcar, chamava-o de “carboidrato assassino”. Em uma frase ele definiu a indústria da doença: “uma cultura industrial que se sustenta mutuamente, de alimentos e medicamentos”.
Fernando Carvalho – A ideia de escrever o livro aconteceu praticamente sem querer. Eu, apesar de ser uma pessoa que procurava ter uma alimentação saudável e um estilo de vida não sedentário, não fumar, praticar exercícios e beber com moderação fiquei diabético aos quarenta e tantos anos. Fiquei muito fulo com isso, me cuidava e não era para ter ficado doente. Ignorava absolutamente o que era o diabete e passei a estudar o assunto para saber o que tinha acontecido comigo. Ao longo de meus estudos fui percebendo que havia uma história mal contada e que dava para escrever um livro para por o assunto em pratos limpos. Depois que uma primeira versão da obra estava pronta comecei a enviá-la por e-mail a quem me solicitasse.
Até que alguém colocou em sites como 4Shared e a partir daí perdi o controle.
O livro me consumiu uns quatro anos de leituras, melhor, de estudos. Até hoje tenho comigo uma pilha de quase um metro de altura de rascunhos e cópias. Quanto aos autores consultados não havia nenhum corte, escreveu sobre açúcar foi lido: médico (patologista, fisiologista, odontólogo (cariologia), nutricionista, naturalista, químico, bioquímico, e até alquimista e boticário.
Se tivesse que apontar duas influências teóricas são com certeza William Dufty e Robert Atkins. Dufty é o autor do clássico “Sugar Blues”. Em meu livro dou uma boa atualizada nessa obra acrescentando temas que não foram contemplados pelo autor. E Atkins foi o médico que mais duro jogou contra o açúcar, chamava-o de “carboidrato assassino”. Em uma frase ele definiu a indústria da doença: “uma cultura industrial que se sustenta mutuamente, de alimentos e medicamentos”.
2ª Pergunta;
L5 – Como se deu a proliferação da sua obra?
Fernando – Para testar o que havia produzido entrei em sites de nutrição do Orkut e do Yahoo. Para minha surpresa fui recebido pelos nutricionistas (de comunidades do Orkut) com quatro pedras nas mãos. Como eu não era da área de saúde e tendo escrito um livro sobre açúcar, devo ter provocado ciúme ou ferido o ego deles. Eles me chamavam de charlatão e eu revidava chamando-os de nutricionistas de meia tijela (sic). Tanto eram que não perceberam que tigela se escreve com “g”. Fui expulso de quatro comunidades. Paralelamente a isso o livro encontrava boa receptividade em outras direções. Uma engenheira de alimentos da Universidade Estadual de Feira de Santana, Bahia, Professora Jean Márcia Mascarenhas colocou em sua página um link para baixar o livro. Hoje muitos blogs reproduzem esse link para download, inclusive sites de médicos como o do professor Brasil Peixoto (Outra visão) além dos clássicos 4Shared, Scribd, etc.
Fernando – Para testar o que havia produzido entrei em sites de nutrição do Orkut e do Yahoo. Para minha surpresa fui recebido pelos nutricionistas (de comunidades do Orkut) com quatro pedras nas mãos. Como eu não era da área de saúde e tendo escrito um livro sobre açúcar, devo ter provocado ciúme ou ferido o ego deles. Eles me chamavam de charlatão e eu revidava chamando-os de nutricionistas de meia tijela (sic). Tanto eram que não perceberam que tigela se escreve com “g”. Fui expulso de quatro comunidades. Paralelamente a isso o livro encontrava boa receptividade em outras direções. Uma engenheira de alimentos da Universidade Estadual de Feira de Santana, Bahia, Professora Jean Márcia Mascarenhas colocou em sua página um link para baixar o livro. Hoje muitos blogs reproduzem esse link para download, inclusive sites de médicos como o do professor Brasil Peixoto (Outra visão) além dos clássicos 4Shared, Scribd, etc.
3ª Pergunta;
L5 – Segundo seu livro, o uso do açúcar é um problema de saúde pública, tão grave quanto o sexo sem preservativo ou a propagação da dengue, por exemplo. Como agir no caso da ingestão de açúcar?
Fernando – Problema de saúde pública é pouco para se referir ao açúcar. O açúcar é o corpo estranho químico que adicionado â alimentação humana transformou-a nessa ração patogênica que empurrou a raça humana para a era das doenças crônicas, metabólicas e degenerativas. A primeira epidemia pela qual o açúcar responde é a de cárie dentária. Sendo o açúcar pura caloria destituída de nutrientes sua relação com a epidemia de obesidade é óbvia. E já são conhecidos os diversos mecanismos pelos quais o açúcar responde por um amplo leque de doenças crônicas, como as doenças micro e macro vasculares.
Fernando – Problema de saúde pública é pouco para se referir ao açúcar. O açúcar é o corpo estranho químico que adicionado â alimentação humana transformou-a nessa ração patogênica que empurrou a raça humana para a era das doenças crônicas, metabólicas e degenerativas. A primeira epidemia pela qual o açúcar responde é a de cárie dentária. Sendo o açúcar pura caloria destituída de nutrientes sua relação com a epidemia de obesidade é óbvia. E já são conhecidos os diversos mecanismos pelos quais o açúcar responde por um amplo leque de doenças crônicas, como as doenças micro e macro vasculares.
4ª Pergunta;
L5 – O uso do açúcar é tradição na grande maioria dos países do mundo, na elaboração de doces e outros inúmeros tipos de confeitos. Desta forma, como substituí-lo? Os pratos doces deixariam de existir?
Fernando – O ideal, e é isso que defendo em meu livro, é que o açúcar fosse proibido de ser adicionado aos alimentos.
O açúcar já era conhecido há uns mil anos. Alexandre, o grande, quando o viu pela primeira vez na Pérsia chamou-o de “um sal doce feito sem a ajuda das abelhas”. Mas a humanidade só passou a consumir açúcar pra valer depois da descoberta da América e a produção de açúcar em larga escala por meio do uso intensivo de mão-de-obra escrava africana. E depois da industrialização com a massificação dos produtos feitos com farinha refinada adoçados já na fábrica e o complemento natural deles, os refrigerantes, aí sim o consumo se massificou. Mesmo assim, nos dias de hoje, países como a China consome menos de dez quilos de açúcar por habitante/ano. Os EUA consomem uns cem quilos. Isso faz com que seja gritante a diferença de doenças crônicas na China e nos EUA. Há países na África que consomem menos de meio quilo de açúcar por ano por habitante. A conseqüência é que nesses países não existe o fenômeno “epidemia de cárie”.
Da Idade Média para trás todos os doces eram feitos sem açúcar. Existe uma culinária de doces sem açúcar que está nas sombras e que precisa ser reabilitada. Um doce feito sem açúcar é um doce saudável. Procurando pela internet se acha muita coisa nesse sentido.
Fernando – O ideal, e é isso que defendo em meu livro, é que o açúcar fosse proibido de ser adicionado aos alimentos.
O açúcar já era conhecido há uns mil anos. Alexandre, o grande, quando o viu pela primeira vez na Pérsia chamou-o de “um sal doce feito sem a ajuda das abelhas”. Mas a humanidade só passou a consumir açúcar pra valer depois da descoberta da América e a produção de açúcar em larga escala por meio do uso intensivo de mão-de-obra escrava africana. E depois da industrialização com a massificação dos produtos feitos com farinha refinada adoçados já na fábrica e o complemento natural deles, os refrigerantes, aí sim o consumo se massificou. Mesmo assim, nos dias de hoje, países como a China consome menos de dez quilos de açúcar por habitante/ano. Os EUA consomem uns cem quilos. Isso faz com que seja gritante a diferença de doenças crônicas na China e nos EUA. Há países na África que consomem menos de meio quilo de açúcar por ano por habitante. A conseqüência é que nesses países não existe o fenômeno “epidemia de cárie”.
Da Idade Média para trás todos os doces eram feitos sem açúcar. Existe uma culinária de doces sem açúcar que está nas sombras e que precisa ser reabilitada. Um doce feito sem açúcar é um doce saudável. Procurando pela internet se acha muita coisa nesse sentido.
5ª Pergunta;
L5 – Através de suas pesquisas, afinal de contas, qual a melhor escolha: açúcar, adoçante ou nenhum deles?
Fernando - Açúcar é o vilão que tem que ser varrido da mesa seja o refinado seja o mascavo, o melaço ou a rapadura. O ideal seria que as pessoas resumissem o sabor doce ao mel e ás frutas frescas e desidratadas. Mas como a civilização do açúcar colocou em evidência bebidas extremamente amargas como o chocolate e o café justamente para aumentar a demanda de açúcar, creio que o uso dos adoçantes será necessário na luta da humanidade para se livrar do açúcar.
Fernando - Açúcar é o vilão que tem que ser varrido da mesa seja o refinado seja o mascavo, o melaço ou a rapadura. O ideal seria que as pessoas resumissem o sabor doce ao mel e ás frutas frescas e desidratadas. Mas como a civilização do açúcar colocou em evidência bebidas extremamente amargas como o chocolate e o café justamente para aumentar a demanda de açúcar, creio que o uso dos adoçantes será necessário na luta da humanidade para se livrar do açúcar.
Se você se interessou no assunto, entre na comunidade orkutiana “AÇÚCAR MATA!”. “Açúcar: o perigo doce” é publicado pela Editora Alaúde (www.alaude.com.br). Contatos com o autor através do e-mail ferdo@oi.com.br. Carvalho tambem deu uma entrevista a TV Supren, e para ver a conversa, veja os vídeos abaixo:
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